terça-feira, 23 de agosto de 2011
Hanasaku Iroha
Hanasaku Iroha, também conhecida apenas como Hanairo, é uma série de japonesa produzida pela P.A. Works e dirigida por Masahiro Ando. O roteiro foi escrito por Mari Okada, com o carácter designer de Mel Kishida. O estúdio P.A. Works produziu o projecto para celebrar seu décimo aniversário. O anime começou a ser transmitido em 3 de Abril de 2011 pela emissora Tokio MX. Uma adaptação para mangá ilustrada por Eito Chida começou a ser publicada na edição de dezenbro de 2010 da revista Ganga Joker da editora Square Enix. A sua história é focada em uma garota de 16 anos de idade, Ohana Matsumae, que sai de Tóquio na primavera para viver com sua avó, Kissuisō, em sua pousada. Ohana começa a trabalhar na pousada e faz amizade com os outros empregados.
Onde assistir
domingo, 14 de agosto de 2011
A Julieta esqueceda pelo tempo... escrita por Thamy Haruno
O homem sentou na cadeira almofadada de couro preto, virou a cadeira encarando furiosamente a paisagem do jardim e do chafariz de anjo que sua imensa janela lhe proporcionava.
- Pela milésima vez. – quebrou o silencio da sala. – Por que você sempre tenta fazer isso, garoto? – respirou fundo segurando sua raiva.
- Por que você nunca faz o que deve fazer? – retorquiu. – Já fiz uma rebelião com o grupo estudantil. Já quebre os dentes e o nariz da metade dos caras daqui. Afoguei seu carro e arranquei a cabeça do seu tão amado anjo do chafariz. – contou com os dedos.
Os dois olharam o chafariz vendo o Mustang Gt preto sendo tira por um guincho e o lindo anjo de concreto com sua cabeça angelical dentro d’água afogado.
O garoto deu um risinho divertindo-se com que fez. Fazendo o homem virar-se bruscamente em sua direção bufando de raiva.
- Saysuke. Eu não posso mais deixá-lo sair dessa impune.
- Era o que eu queria ouvir. – deu um sorriso de canto.
- Você... – o garoto inspirou ansioso com a declaração. – Você vai ficar suspenso depois das aulas.
- O que? – levantou-se sobressaltado batendo as mãos na mesa de madeira. – Estou cansado de fazer as coisas e não me tratar como os outros. Esta com medo de perder as contas gordas que minha mãe lhe oferece a mais?!
Naruto arregalou seus olhos azuis para o rapaz. Tinha sido pego de surpresa. Mas se controlou, não podia transparecer sua surpresa.
- É. Eu sei que o motivo da minha não expulsão é que eles te pagam para isso. – disse convicto arqueando uma sobrancelha.
Os olhos do mais velho se estreitaram observando bem aquela figura imponente e decidida do garoto. Aquele ar de deboche e cinismo que ele carregava em suas veias deixavam Naruto fulo da vida.
- Você lembra-me muito seu pai. Ele agia dessa mesma forma quando tinha seus dezesseis anos, assim como você. Até na aparência vocês se parecem. Eu e ele éramos rivais e...
O homem foi interrompido pelo jovem que não estava nada interessado em tudo àquilo que ele lhe falava.
- Não me interessa nada que meu pai fez ou deixou de fazer aqui. Nada do que você esta falando me interessa, velho. – ele cruzou os braços sob o peito. – Se vou ter que ficar de suspensão então fala logo o que vou ter que fazer. Trabalhos voluntários?! Ler histórias para cegos?! Ser baba das suas filhas?! O que vai ser? – debochou zombeteiro.
- Nada disso. Pensei em algo muito melhor que isso. – os lábios do homem se contorceram em um sorriso macabro de canto.
Aquele sorriso por alguma razão vez os pelos da nuca do adolescente se eriçar. Isso não era bom sinal.
Uma batida na porta desviou a atenção de ambos, o diretor disse um suave entre e a porta se entre abriu revelando uma mulher de pele rosada de altura mediana com seus cabelos loiros soltos ao vento, vestida de secretaria, com belas curvas e seios avantajados.
- Saysuke essa é a senhorita Ino ela cuidara de sua detenção ela mesma.
Ah! Ter uma detenção com uma mulher tão bonita como essa não poderia ser má idéia, pensou dando sorriso malicioso.
- Tire esse sorriso pervertido da sua cara, rapaz. – alertou a loira. – Não é porque sou mulher e atraente que darei mole para um pirralho qualquer. Que nem saiu da aba dos pais. – vociferou tudo severamente pondo-se ao lado dele na frente do diretor.
Saysuke olhou os dois sem entender o que ela representava da sua punição.
- Vou explicar melhor pra seus miolos não precisarem pensar muito. – disse Naruto se divertindo com a situação. – Ino é a responsável pela biblioteca aqui. Você á ajudara.
Os olhos ônix se esbugalharam de surpresa e medo.
- Mas senhor... – a mão do homem o interrompeu antes de terminar suas queixas.
- É só uma lenda que os estudantes criaram para não entrarem lá. Não existe de verdade um fantasma vagando esse colégio. Por favor, garoto. Nem parece que é homem. – zombou Ino. – Trabalho lá há cinco anos. Nunca vi nada de anormal além de livros empoeirados. Credo! Honre o titulo que sua família lhe deu.
Aquela mulher estava passando dos limites nas ofensas. Os punhos do garoto já se fechavam, e ele estava pronto para socar aquela cara daquela siliconada.
Naruto já contava com aquela reação do rapaz, por isso dera a permissão aquela mulher de provocá-lo o quanto quisesse.
- Já que apresentei vocês devidamente. Ino suma com ele daqui. Não quero mais ver sua cara nessa sala, garoto. – disse por fim sentando-se exausto de tudo aquilo.
Os corredores eram antigos e estavam abarrotados de alunos que se entre olhavam ou encaram o moreno com um ar divertido. Ele não abaixou a cabeça, seu orgulho o impedia de se rebaixar aquele nível, somente caminhou atrás dos calcanhares da loira.
Os dois pararam em frente a uma porta antiga de madeira escura com o desenho do brasão da escola.
O brasão da folha, ele é muito respeitado nos quatro cantos do país do fogo, na cidade de Konoha. Uma grande metropolitana perto de Tókio, no Japão. É a segunda metrópole maior e mais importante do mundo. Aquela era a mais antiga e mais renomada de titulo em todo o Japão.
Konoha High School, esse nome era dito com orgulho por quem estudava no recinto. Mas para Saysuke todos ali não passavam de robozinho que eram controlados pelas vontades dos professores e da direção. Muitos se matam para entrar ali, mas ele não, ele quer mais sair daquela prisão psicológica.
A mulher abriu a porta lentamente fazendo sons de fantasma para assustar o rapaz que entrou forçado na biblioteca.
- Já disse que não existe isso de fantasma. Desencana dessa, moleque. Anda logo. Tenho ainda que lhe mostrar essa biblioteca toda.
A biblioteca era mesmo muito grandes com varias estandes abarrotadas de livros, títulos conhecidos e famosos, autores brilhantes.
Ela mostrou todas as estantes, talvez tivesse ali umas vinte e cinco ou mais, e falou das regras, mostrou as mesas de leitura e a área de informática.
- O que tem ali? – perguntou vendo uma área fechada com uma parede de madeira desenhada com uma porta fechada.
- Até aquela parede é seu limite. Você não pode entrar ali. – falou com semblante serio perdendo seu ar descontraído.
- Por quê?
- Não é da sua conta. Somente não entre.
Ino o levou ate o corredor A-4 o mostrando, descrevendo alguns livros que ele comporta.
- Desse corredor ate o corredor B ala 3 será sua responsabilidade.
Cuidara e limpara todos os livros encontrados neles. Agora vá ao trabalho. – ela deu uma flanela laranja nas mãos do moreno.
- O que eu faço com isso? – perguntou confuso.
- Não é obvio?! Você vai limpa-los. Ou quer que eu desenhe para seu melhor entendimento? – sem esperar resposta deu as costas.
Ele encarou todas as estantes que teria que limpar, tinha pelo menos umas dez até onde seus olhos puderam contar.
Saysuke passou parte da manhã e um pouco da tarde limpando cada titulo que os corredores comportavam, mas não estava nem na metade do primeiro corredor.
Som de uma risada foi ouvido na sala de leitura, o que chamou a atenção do rapaz.
Tinha alguém além dele e daquela siliconada naquela biblioteca?
Andou até o lugar mais iluminado onde estavam as mesas de mogno com as cadeiras almofadadas. Ali estava uma garota sentada em meio de muitos livros com a mão na boca tentando segurar uma gargalhada, seus olhos eram verdes e cintilava pelo vitral que iluminava diretamente sua mesa com a luz colorida do desenho de anjos, sua beleza era incomum e hipnotizante, ela era... Linda.
- Seu cabelo é rosa?! – disse surpreso estranhando a cor incomum.
Sem perceber que tinha falado alto e chamado a atenção da jovem que agora o olhava com seus grandes olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma ficou vermelho.
- Desculpe. Não queria te atrapalhar. – deu as costas.
- Espera! – disse apresada se levantando da cadeira. – Não esta me interrompendo. Eu só estava lendo um pouco. Sua presença me surpreendeu. Não esperava outra pessoa aqui. – ela abaixou a cabeça encarando seus próprios pés um pouco encabulada.
O silencio foi grande por um tempo ate que finalmente o garoto quebrou o clima de vergonha entre os dois.
- Sou Uchiha Saysuke. Muito prazer. – deu alguns passos na direção da adolescente e estendeu a mão.
A garota olhou-o no fundo dos olhos do rapaz com ar de confusa e colocou seus olhos na mão estendida para si, por um instante ele achou que ela iria deixá-lo no vacu, o que não aconteceu, ela apertou sua mão dando um caloroso sorriso.
- Haruno Sakura. O prazer é todo meu.
Sakura o acompanhou enquanto eles conversavam e ele terminava de tirar o pó de mais alguns livros velhos.
- Por que esta fazendo isso? – perguntou ela depois de tanto observá-lo repetir fazer a mesma coisa varias vezes.
- Punição por não ser mais uma das marionetes daqui e por pensar. – revirou os olhos em deboche. – Fala sério! Mandar-me cuidar de livros. Poderiam ter me emburrado de uma janela do quarto andar a chute e cair no chafariz pro meu sangue manchar a água, não me torturar nesse lugar. Quem em sã consciência ainda lê essas coisas velhas? – gargalho limpando o mesmo livro quatro vezes.
- Você esta enganado. Ler essas coisas velhas, que você se refere, é a melhor coisa que alguém pode fazer. Quando abrimos um livro nunca sabemos o que esperar, podemos até ler a sinopse na capa, mas não é a mesma coisa. Só o fato de termos aquela sensação que o autor quer nos transmitir nós levando para outro mundo e ter a oportunidade de sermos outra pessoa. Essas sensações nunca serão superadas por ninguém.
Ele ficou admirado com as lindas palavras que ela recitava com tanta paixão que ele queria sentir tudo aquilo que ela declarara para ele.
- Me desculpe. Eu o estou te distraindo do seu serviço. – disse ao perceber o olhar abobado do rapaz.
- Não. Eu só fiquei admirado com a paixão que você mostra ter por esses artefatos velhos.
- Às vezes, Saysuke, a melhor companhia que podemos ter é de um livro. Ele nunca traíra seu leitor se ele gostar realmente do que estar escrito pode decepcionar às vezes, mas nunca trair.
- Saysuke! – ouviu a voz de Ino ecoar pelo recinto. – Pode parar. Vamos fechar o colégio daqui a pouco. Pode ir embora.
Ele colocou o ultimo livro que limpara na estante jogando a flanela sob o ombro limpando a testa com as costas da mão.
- Você vai agora? – perguntou para menina que colocara seus olhos nas paginas de um livro que estava lendo de pé na frente do moreno.
- Agora não. Vou terminar de ler este. – mostrou o livro em mãos. – E vou guardar a bagunça que fiz na mesa de leitura. Pode ir. Vou sair antes de fecharem.
A detenção de Saysuke não tinha aviso prévio para terminar, somente data para começar. Mas mesmo odiando o fato de ainda estar ali e ter que ficar como faxineiro de coisas velhas ele esta começando a gostar de estar ali, pois todo dia via sua mais nova amiga devorando muitos livros diferentes e ela contava para ele a historia de cada um, além de falar de autores que ela adorava como; L.J.Smith, escritora de Diários do Vampiro, André Vianco, com suas fantasiosas estórias de vampiros e outras de criaturas místicas, Luiz de Camões, Paulo Coelho, como ela gostava das poesias de todos, entre tantos outros que chamava sua atenção profundamente.
- Isso não é um livro, é o que? – observou vendo um livrinho nas mãos dela.
- Ah, isso é um mangá. Quis ler uma coisa diferente e acabei pegando esse aqui. A arte dele é linda.
- O que significa Full Moon o Sagashite? - Questionou o titulo estranho.
- A procura da lua cheia. Conta a emocionante historia de uma garota órfã que, graças à ajuda de um casal de Deuses da Morte, ou Shinigamis, como todos falam, passa a se transformar na pop star Full Moon para poder realizar seu sonho e reencontrar o amor da sua vida. – Sakura deu um longo suspiro. – É linda a historia e em como ela nunca desiste. Só que o amor dela morreu há muito tempo, mas ela continua a acreditar nele.
- Você é muito romântica. – riu vendo a feição da garota se fechar. – Não fique tão seria. Essa cara não combina com você. – a mão do moreno pousou na face rosada da moça colocando uma mecha de cabelo rose atrás de sua orelha. – Obrigada, Sakura.
- Mas... Pelo que? – falou sem graça olhando seus próprios pés.
- Você me mostrou um mundo que eu nunca iria descobri sozinho. Gosto de saber que todo dia posso te ver aqui e que não vou ficar sozinho.
Os olhos esverdeados dela encontraram os ônix brilhantes de Saysuke.
- Você lembra-me uma pessoa. Você me lembra... – ela inclinou a mão para acariciar o rosto do jovem, mas se deteve no instante que percebeu o que iria fazer. – Com licença. Tenho que ir embora agora.
Ela saiu rapidamente pegando uma pasta marrom desbotada que estava posta no chão e saiu correndo.
- Espera Sakura! Volta. – seu grito foi ecoado pelo recinto, mas assim que saiu do corredor não a achou mais. - Ela é rápida.
- O que ouve?! Por que esta gritando aos quatro cantos a plenos pulmões?! – Ino estava ofegante, tinha corrido ate onde ele estava e estava preocupada.
- Você não viu uma garota de longos cabelos lisos rosados passar pelo balcão de empréstimo e devolução perto da porta, viu?
- Uma garota de cabelo rosa. – repetiu e no mesmo instante arregalou seus olhos azuis. – Não... Eu não vi ninguém assim passar por lá. Volte ao trabalho garoto. Nada de moleza! – disse ríspida.
Há uma semana Sakura não aparecia. Saysuke estava preocupado com ela.
Será que fui rápido de mais em demonstrar o que sinto?
Mas na semana seguinte a rosada voltou com um semblante feliz, porém seus olhos pareciam inchados, como se há uma semana tivesse chorado sem cessar um segundo se quer. Aquilo estava o intrigando.
- Sakura, você andou chorando? – perguntou se sentando na sua frente na mesa que costumava parar para ler.
Ela nada respondeu, nem tirou os olhos das paginas que lia freneticamente.
Saysuke percebeu que ela parecia calada demais, esse não era seu habitual, então para chamar sua atenção colocou sua mão sob a dela que descansava ao lado do livro. Percebendo o toque frio do rapaz imediatamente retirou sua mão sob a mesa colocando na frente de seu peito.
- Aconteceu alguma coisa com você e não que me contar? Se foi pelo que eu fiz há duas semanas me desculpa eu não...
- Você sabe sobre a lenda que ronda esse colégio, Saysuke? – o interrompeu ainda com os olhos voltado para o livro.
Sem esperar resposta continuou:
- Diz à lenda que aqui vaga a alma penada de um aluno que estudou há anos atrás, mais especificamente uma garota. Dizem que ela aqui morreu, nessa biblioteca, onde era o ponto de encontro, dela e de seu namorado. Todos os dias depois das aulas eles se encontrava aqui para lerem livros um para o outro e namorarem escondido. – a rosada finalmente tirou os olhos do livro encarando os olhos ônix que estavam hipnotizados pela historia que ela contara. – Mas em uma noite ela recebeu um bilhete assinado pelo amado para que ficasse na biblioteca até que todos fossem embora e só os dois ficassem. Estranhado o pedido ela atendeu.
“Escondeu-se na área proibida esperando por ele. Ela esperou uma, duas, três horas, sozinha acompanhada por uma lamparina se distraindo com livros sem realmente conseguir lê-los. Mas...
Fez uma pausa dramática encarando-o firmemente.
- Mas...? – insistiu para que prosseguisse ansioso.
- Mas ele não veio como pedido e algo assustou a garota. Depois disso toda a área privada pegou fogo. O incêndio acabou com metade dessa biblioteca, por isso daquela parede. – ela apontou para a área restrita que ele não tinha acesso. – Elas separam a realidade e verdade do passado.
- O que aconteceu com a garota e seu namorado? – perguntou com os olhos a brilhar curiosidade.
- Ela provavelmente não sobreviveu. Não acharam o seu corpo. Provavelmente carbonizado demais para ser achado. Já o rapaz não... Sei o que aconteceu com ele. Nem o porquê de não ter ido ao encontro marcado.
- Que triste. Você sabe o nome deles?
- Não. Não sei. – disse ríspida e seria. – Com licença. Vou pegar mais uns livros. Já acabei esses aqui.
Ela pegou uma pilha de dez livros com dificuldade que a tampava por completo. Saysuke a olhou sumir entre as estantes do final do corredor perto dos limites da parede de madeira.
- Você esta fazendo corpo mole de novo. Garoto, você esta lendo ao invés de estar os limpando?! – Ino aproximou-se de repente com as feições seria e com as mãos nos quadris.
Saysuke olhou a mulher a sua frente e voltou a olhar a mesa que estava sentado, mesmo Sakura tendo tirado uma boa parte dos livros ainda continha uns cinco fechados e três abertos marcando algumas paginas.
- Não sou eu que estou lendo. Eu nem gosto.
- Se não é você, é quem? Porque que eu saiba só tem você e eu aqui.
- É a Sakura que...
Ino o interrompeu antes de terminar de falar o mandando fechar a boca numa voz um pouco menos moderada.
- Cansei de suas historias de que tem uma garota aqui. Não tem. Pare de brincar, esta começando a me chatear. Esquece essa Sakura. Ela não existe! – gritou logo depois passou a mão entre suas madeixas douradas inspirando e respirando fundo.
Deu as costas para o rapaz que num pulo se colocou de pé fazendo barulho com a cadeira que deixou cair assim que se levantou bruscamente.
- Por que você não queria que eu ficasse sabendo da historia do incêndio da biblioteca, senhorita Ino. – ela parou de andar, mas ainda continuava de costas para o mesmo. – O que tem de mais em saber? – nada respondeu, ela continuava estática. – Você sabe o que aconteceu com a garota e o namorado dela, não sabe? Encare-me, sua velha siliconada! – gritou estridente.
A loira virou-se bruscamente, mas quando o menino achou que ela o encararia com os olhos cheios de ódio estavam cheios de lagrimas que escorriam pela sua face e sua feição era triste. Ele se arrependeu de ter xingado.
- Olha. Desculpe-me por ter te chamado de velha siliconada. Não achei que você iria ficar assim.
- Não é por isso seu tapado. – secou algumas lagrimas que logo foram tomadas por outras. – De fato essa historia aconteceu há muito tempo atrás. Eu sei dela porque aconteceu na época que eu ainda era aluna aqui. Realmente aqui era o ponto de encontro deles. – ela olhou ao redor da biblioteca, provavelmente para avivar sua mente. – Naquela noite eu... Bem, soube do bilhete que ele mandou para ela.
“Não era uma boa idéia fazer aqui, mas ela não se importou foi do mesmo jeito sem ouvir ninguém. Mas ele não apareceu e parece que o vigia da noite não a viu na área proibida e acabou a trancando lá dentro. Acho que aquele fogaréu todo foi provocado devido à lamparina que ela trazia e já que se assustou com a presença do vigia a lamparina deve ter caído e como era antigo, o fogo dela logo se espalhou por entre as estantes. No fim a garota morreu sem saber por que seu amado não veio lhe encontrar.”
- Você sabe quem são esses dois. Você era amiga da garota, não era?
- Sim eu era. – secou suas ultimas lagrimas com as costas das mãos borrando a maquiagem. – Você tem idéia de quem seja o namorado dela?
Ele balançou a cabeça negativamente.
- Era seu pai. Uchiha Sasuke. Ele deixou que ela morresse e no final das contas não aguentou a culpa nas suas costas e se suicidou. – encarou-o com olhos calculistas e frios.
- Foi por isso que ele se enforcou?! – balançou a cabeça descrente com a revelação da moça.
- Por isso pare de usar o nome da minha amiga nos seus deboches. Sakura esta morta há muito tempo, graças a seu amado papai.
Deu as costas para o moreno que arregalou seus olhos, incrédulo.
Depois daquela conversa ele não viu mais a rosada. Ele queria muito vê-la e fazer algumas perguntas e saber que a garota por quem estava apaixonado não era um fantasma, mas ela não deu mais sinal de vida.
Com o desaparecimento dela, deu a oportunidade para que Saysuke pesquisasse e descobrisse a verdade por trás daquilo tudo. Ele não queria pensar que de certa forma o pai era um assassino, que não podia descansar em paz no seu tumulo.
Hoje completara seu penúltimo dia de detenção depois de quase um trimestre limpando aqueles livros sem parar.
“Encontre-me na área proibida.”
Foi o que o bilhete no bolso da sua calça falava, agora estava quase na hora de fechar a biblioteca e a senhorita Ino tinha saído para resolver alguns assuntos. No recinto só estava ele, que agora encarava a porta de madeixa escura entalhada com desenhos de cerejeiras por toda a porta e o restante da parede. Engoliu em seco. Pegou a maçaneta fria de ferro enferrujado pelo tempo e abriu a porta lentamente.
Dentro do recinto estava escuro, sem nenhuma lâmpada se quer somente a lanterna que estavam em suas mãos tremulas.
Assim, que colocou os dois pés para dentro da área escura a porta fechou-se bruscamente atrás de si. O que o fez pular de medo.
Continuou andando pisando em folhas velhas espalhadas pelo chão que se desintegravam ao serem pisadas. Tinha alguns restos de madeira podre, que provavelmente era as estantes que continham os livros na época.
Tudo ali estava chamuscado pelo fogo ou se desintegrando em cinzas. Algumas coisas davam para distinguir o que eram ou foram um dia, outras nem com uma imaginação muito fértil para saber o foram no passado.
Mas um bruxear de chamas chamou a sua atenção. Ela vinha da onde era a antiga área de leitura.
Quando chegou havia uma garota sentada de costas para ele, ela parecia impaciente, pois suas pernas não paravam de sacudir de um lado para o outro, e os livros que ela tentava ler não a entretinham, pois olhava seu relógio rosa de pulso a cada instante.
Saysuke reconheceu aqueles longos cabelos rosados que caiam nas costas dela como cascata.
- Sakura? – perguntou cauteloso dando dois passos a sua frente.
Mas ela nada respondeu, nem se quer virou-se para trás para ver quem a chamava.
- Sakura, eu queria te fazer umas perguntas. Aquela loira siliconada me contou umas coisas estranhas sobre a garota que morreu aqui. Ela disse que era você. – parou de frente com as costas dela, mas ela não se virou para ele. – Você esta me escutando?! – pousou sua mão no ombro da rosada, mas ele passou direto, como se tivesse passado por um holograma. – Você... É mesmo um fantasma? – disse incrédulo olhando-a e observando sua mão.
Um barulho de porta antiga sendo trancada chamou a atenção de ambos e logo depois o som de um assobio se distanciando.
Sakura olhou assustada em direção a porta no final do corredor.
Pegou sua bolsa rapidamente deixando a lamparina que estava em cima dela cair entre os livros que lia. No mesmo instante o fogo tomou toda a mesa rapidamente que foi para as estantes ao redor da área.
Ela tentou apagar batendo sua bolsa freneticamente nas chamas, mas nada. Ficou desesperada correndo em direção à porta de madeira girando a maçaneta, mas ela não abria. Ela tentou forçar que abrisse, emburrou e esmurrou a porta, até escorregar de costas lentamente a cabeça na porta se encolhendo no chão chorando.
- Sasuke! – seu grito ecoou nos tímpanos do garoto.
O fogo tomou toda a área proibida e onde ele e a adolescente estavam. Saysuke jogou a lanterna no chão apertando os olhos com força agachou-se protegendo o corpo da jovem tentando a proteger das chamas, mas nada aconteceu. Abriu os olhos ônix novamente e tudo estava escuro exceto aonde a lanterna caída iluminava.
Tratou de pegar a lanterna caída continuando seu caminho entre a escuridão.
Uma luz rasada muito forte vinha atrás de uma estante ainda inteira, porém podre.
Caminhou lentamente com medo do que iria achar e viu Sakura parada de frente com ele e flores de cerejeira cobriam todo seu corpo, desde seu colo ate metade das coxas. Olhou para a figura que a luz fazia na parede negra, eram assas rosadas. Assas de anjo. Só que não estava nela, e sim em sua sombra.
- Você realmente é o fantasma da garota. Não queria acreditar, mas você é – declarou segurando suas lagrimas. – Meu pai não te matou. Eu juro.
- Então por que não veio me encontrar naquele dia? Eu o esperei. Até agora eu ainda o espero, Saysuke.
- Ele te mandou o bilhete, mas no instante que ia te encontrar minha avó sofreu um acidente de carro. Ele não pode te avisar que não viria e também não poderia não ir ver sua mãe. Ele não queria que isso tivesse acontecido.
- Como pode saber? Você não estava lá.
- Minha avó me contou essa historia.
- Por que ele nunca veio? Eu o espero ate hoje. – seus olhos cintilavam, estavam marejados.
- Meu pai morreu há um ano e meio atrás. Ele se matou. Não aguentou suportar a dor de sua morte, mesmo se casando obrigado com alguém do mesmo clã, ele nunca te esqueceu.
Saysuke aproximou-se da jovem acabando com a distancia de ambos, jogou a lanterna no chão que ainda iluminava a parede formando as assas, acariciou a bochecha rosada da jovem com sua mão.
- Sou filho de Uchiha Sasuke. Aquele que te amou ate depois de sua morte. Eu a ama e vim aqui para te libertar para que encontre meu pai no paraíso. – inclinou o rosto dela unindo seus lábios com os dela.
O beijo foi demorado e cálido. Toda a dor que ela sentiu durante anos ele pode sentir em um único beijo.
- Você lembra-me realmente ele. Sinto-me vivendo Romeu e Julieta e Shakespeare. A Julieta já morreu e Romeu foi á seu encontro, mas continua parada no tempo eternamente. – sorriu. – Te amo. – sussurrou.
Abriu seus olhos e encarou os orbes esverdeados que liberavam suas lagrimas reprimidas. Em segundos o corpo de Sakura virou pétalas de cerejeira explodindo por todo o ambiente junto com a fragrância da bela flor.
- Obrigada. – ouvisse um sussurrar no ar junto de uma gargalhada infantil.
- De nada. Minha pela flor de cerejeira. – uma flor pousou na palma da mão do rapaz que a olhou com paixão.
A porta da saleta foi aberta e a luz invadiu até o lugar escondido onde o moreno estava.
- O que você faz aqui? Eu te disse que é proibido. E o que é essas pétalas e flores de cerejeira voando? – gritou Ino na soleira da porta sem querer entrar.
- Nada. Apenas tirando as correntes de uma Julieta esquecida pelo tempo. – disse saindo do recinto proibido encarando as estantes da biblioteca.
- Parabéns! – disse Naruto com certo orgulho do rapaz. – Conseguiu concluir seu castigo e sem demolir todo o colégio e nem ouvi mais nenhuma reclamação da senhorita Ino. O que ou a quem devo agradecer por essa mudança? – balbuciou zombeteiro.
- Apenas ao meu pai e a flor de cerejeira. – respondeu convicto e decidido. – Obrigada pela punição.
Naruto franziu a testa formando ruguinhas de expressão.
- Não entendi. Por que esta me agradecendo por te punir?
- Sem você nunca descobriria o que é gostar de alguém. Muito menos que ler poderia ser tão maravilhoso. – Saysuke deu um caloroso sorriso para o homem que ficou sem graça.
O moreno se retirou da sala deixando o olhar confuso do loiro que logo cintilou de felicidade e seus lábios se retorceram em um largo sorriso de orelha a orelha.
- Ele definitivamente parece com você, Teme. Sabia que ele iria conseguir fazer o que você não conseguiu. Sou um gênio. – vangloriou-se pelo plano. – Só espero que ele não tente demolir a escola um dia desses.
Olhou pela linda visão que sua imensa janela lhe dera, vendo seu amado anjo sem cabeça e uma chuva de pétalas rosa de cerejeiras acontecerem prenunciando a estação da primavera.
Categorias: Naruto
Personagens: Haruno Sakura, Uchiha Sasuke, Uzumaki Naruto, Yamanaka Ino
Gêneros: Amizade, Comédia, Drama, Fantasia, Mistério, Romance
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